O Acolhimento do real
Resumo
Michel Henry insistiu fortemente naquilo que caracteriza o aparecer da vida na
sua invisível doação: esse laço que a une a si mesma na imanência de uma passividade irredutível, fundando nessa primeira experiência ipseisada uma dupla recepção, primeiro de si e depois do mundo. Mas, coincidindo em cada instante com aquilo que nela advém, essa origem absoluta pode, então, dei xar-se descrever como a pur a potencialidade universal de acolhimento do
real compreendido na verdade – impossível de pôr em dúvida – do seu próprio surgir. Talvez seja esta plenitude fenomenológica que Michel Henr y sublinhava, através do conceito de unidade da experiência, que está no coração das grandes tradições espirituais. É esta interpretação que queremos privilegiar, utilizando elementos dos pensamentos hebraico, budista e cristão, mantendo sempre que eles apenas adquirem sentido à luz da afirmação henryana da relação genealógica unitária essencial entre o aparecer da vida e do mundo. Uma unidade que, apenas ela, permite compreender a verdade daquilo que nos é dado viver ao mesmo tempo como prova e como exultação, como "Sofrer e Fruir".
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