O corpo em Michel Henry: da afecção para a corpopropriação

Autores

  • Maristela Vendramel Ferreira

Resumo

Michel Henry utiliza o termo corpopropriação referindo-se ao corpo próprio que, por intermédio de uma relação encarnada e sensível com a natureza, a transforma e, nesse processo, além de transformar o mundo, se apropria e
transforma a si mesmo. Contudo, como o Eu se assenhora da afecção da vida em si? Como passa do tema da afecção, daquilo que incorpora em passibilidade, sem o seu querer, para a corpopropriação, onde se apropria de si e se envolve na própria afecção, como maestria de si, como fortalecimento do ego, como saber-fazer , como criatividade, como gesto pessoal? Michel Henry não desenvolveu esta passagem, transpondo subitamente da autoafecção, da doação da vida, para o assenhoramento da vida em si, a corpopropriação. Para a clínica psicológica, é de fundamental impor tância a compreensão desta passagem, pois poderia auxiliar no entendimento e no trabalho com pacientes que, em angústia, passam ao ato, à ação descontrolada, muitas vezes com consequências desastrosas e perda da própria vida. Portanto, o objetivo dessa investigação, numa interlocução interdisciplinar entre Filosofia e Psicologia, é discutir como se daria a passagem da afecção de si para a corpopropriação de si.

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Publicado

2015-10-30

Edição

Seção

Dossiê